Às vezes estou ausente. Faço-me ausente pra pessoas. Pra
coisas desnecessárias. Mas, existem momentos em que eu queria estar ausente de
mim mesma. Poder não sentir, mesmo sendo impossível. Às vezes eu preciso me
recolher... Eu sei, parece confuso, mas são aqueles momentos onde falar não
basta, mostrar-se não convence. Ficar só e fazer disso força. Fazer do silêncio
poesia. Preciso me ausentar do mundo quase que como forma de sobrevivência.
Colocar-me numa redoma e me contemplar. O mundo distorce o meu olhar sobre mim
mesma. Preciso estar só pra poder me enxergar. Enxergar, mais do que ver aquilo
que me falta. E saber reconhecer que aquilo que me falta é justamente aquilo
que eu desejo pra mim. Fazer da falta não um vazio existencial, mas fonte de
querer algo a mais da vida. O desejo me impulsiona pra vida, assim como a falta
me leva aos fracassos mundanos e existenciais. Preciso fazer do meu silêncio o
meu porto-seguro e o caminho indispensável que me levará de volta pra casa toda
vez em que julgar que é preciso.
Simony Thomazini
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