Não adianta eu ficar angustiada porque o telefone emudeceu. Porque tudo a minha volta perdeu o sentido repentinamente. Pra que? Isso é desespero. E sim, eu reconheço esse desespero e preciso que cesse imediatamente. É como o processo de um drogado em abstinência. E a sua voz ao telefone, seriam suficientes para aliviar o desespero do vazio. E então cogito a idéia: E se de repente o telefone tocasse? Aliviaria de momento minha angústia, mas depois tudo voltaria como era antes, e num futuro próximo estarei aqui de novo, sentada e patética esperando o telefone tocar. Como num ciclo vicioso, sem fim.
Sii Thomazini