domingo, 22 de maio de 2011


"Eu venho de uma longa saudade. Eu escondo de mim o meu fracasso. Desisto. E tristemente coleciono frases de amor. Em português é "eu te amo". Em francês - "je t´aime". Em inglês - " I love you".Em italiano -
"io t´amo". Em espanhol - " yo te quiero". Em alemão - " ich liebe disch", está certo? Logo eu, a mal-amada. A grande decepcionada, a que cada noite experimenta a doçura da morte."

Clarice Lispector - Um sopro de vida

terça-feira, 17 de maio de 2011


Parafraseando Cazuza, pois hoje subitamente me veio a mente essa música...

E ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente não vive
Transformar o tédio em melodia

E reformulando a minha maneira

E eu quero
Todo amor que houver nessa vida
E algum veneno antimonotonia

Cazuza - Todo amor qu houver nessa vida

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Im-provável resposta


Parte 2

Acabei de receber sua carta ao som daquela música que era tema de nossos encontros. Aquela que você vivia me taxando de safado mas que eu adorava, e adorava ainda mais porque te deixava irritada coisa que me deixava maravilhado. Subitamente me lembrei disto... E pensei: Puts! Justo essa música pra ler a carta? Sacanagens da vida. Poderia ter desligado o rádio, mas não pude. Fiquei ouvindo-a enquanto lia a sua carta. E pensando em escrever algo, o que talvez pudesse ser uma provável resposta. Uma mistura de sentimentos envolveu-me: raiva, mágoa, saudade, lágrimas. Acredita que eu chorei? Pois é! Nem eu acredito! Sacanagens da vida.
Porque agora? Agora que tudo andava tão bem sem você. Agora que estou à milhas de distância da sua voz, do seu cheiro... Agora? Agora que reconstruí minha vida, agora que reformulei todos os meus planos?
Eu entendo o que você escreve aqui. Mas você compreende o quanto me destruiu? O quanto me fez sofrer com sua partida. O quanto seu silêncio dia após dia me fez renunciar a tudo, a nós.
Você sabe que vim embora do país. Você sabe o quanto isso foi difícil pra mim. E um ponto forte da minha decisão foi a sua partida. (como se você já não soubesse)
Agora estou aqui com um sorriso no rosto, tentando dizer a todos e a mim mesmo que eu sou, ou melhor, estava feliz sem você.
Estou me segurando pra não pegar um avião agora e acabar com tudo isso. Estou relutando em adiar a escrever essa carta pra não... NÂO!
Essa carta terá um fim assim como o fim que eu fiz nascer de nós. ( Imagino sua "carinha"  com aqueles olhos que me cativaram por tanto tempo sem entender nada)
 Mas não me pergunte nada. Porque agora eu sei que a vida já me colocou na “roda” de novo.
Você voltou e é fato. Não posso mais negar isso.
Ainda luto pra largar a caneta e ir pro aeroporto. Não sei quanto tempo irei conseguir resistir.
Essa carta não tem resposta. Estou um trapo. Confuso. Não sei o que posso te dizer, mas de antemão te digo que eu jurava  pensar que a vida poderia continuar. Será que pode?

Simony Thomazini       
                                                                                                              
                                       {Continua}

Obs: Pra quem não leu, continuação de: Uma carta.

domingo, 8 de maio de 2011

Apelo




Eu te falei pra não confiar. Te falei pra não cair nessa de novo. Você nunca me ouve. Ou ouve, mas ignora. Nada aconteceu além do seu prévio conhecimento. Nada é novo e tudo é novo ao mesmo tempo. Nada é novo porque você sempre cai nas mesmas e bobas armadilhas, e tudo é novo porque a cada queda uma nova dor surge.
Estúpida! Quantas vezes serão o suficiente para você parar de vez?
Vai precisar sangrar?
Vai precisar tirar pedaços?
Eu não aguento mais te ver assim. Coração bobo eu não sou, mas você insiste em me rotular assim por conta própria.
Um dia você vai me ouvir, vai parar e com certeza será tarde. Nisso tudo eu que sofro, eu que sangro, quietinho aqui no escuro e frio de ti.
Um último apelo: Aprenda a me ouvir mais e se me perder nas mãos de quem você não mereça, saiba  por favor me encontrar de novo. Os caminhos nunca mudam. Apenas siga os sinais que sempre te dou todos os dias da sua vida a cada batida. É só parar, silenciar e escutar.

Sii Thomazini




(...) a dor é a única emoção que não usa máscara.

Caio Fernando Abreu - Morangos Mofados