segunda-feira, 9 de maio de 2011

Im-provável resposta


Parte 2

Acabei de receber sua carta ao som daquela música que era tema de nossos encontros. Aquela que você vivia me taxando de safado mas que eu adorava, e adorava ainda mais porque te deixava irritada coisa que me deixava maravilhado. Subitamente me lembrei disto... E pensei: Puts! Justo essa música pra ler a carta? Sacanagens da vida. Poderia ter desligado o rádio, mas não pude. Fiquei ouvindo-a enquanto lia a sua carta. E pensando em escrever algo, o que talvez pudesse ser uma provável resposta. Uma mistura de sentimentos envolveu-me: raiva, mágoa, saudade, lágrimas. Acredita que eu chorei? Pois é! Nem eu acredito! Sacanagens da vida.
Porque agora? Agora que tudo andava tão bem sem você. Agora que estou à milhas de distância da sua voz, do seu cheiro... Agora? Agora que reconstruí minha vida, agora que reformulei todos os meus planos?
Eu entendo o que você escreve aqui. Mas você compreende o quanto me destruiu? O quanto me fez sofrer com sua partida. O quanto seu silêncio dia após dia me fez renunciar a tudo, a nós.
Você sabe que vim embora do país. Você sabe o quanto isso foi difícil pra mim. E um ponto forte da minha decisão foi a sua partida. (como se você já não soubesse)
Agora estou aqui com um sorriso no rosto, tentando dizer a todos e a mim mesmo que eu sou, ou melhor, estava feliz sem você.
Estou me segurando pra não pegar um avião agora e acabar com tudo isso. Estou relutando em adiar a escrever essa carta pra não... NÂO!
Essa carta terá um fim assim como o fim que eu fiz nascer de nós. ( Imagino sua "carinha"  com aqueles olhos que me cativaram por tanto tempo sem entender nada)
 Mas não me pergunte nada. Porque agora eu sei que a vida já me colocou na “roda” de novo.
Você voltou e é fato. Não posso mais negar isso.
Ainda luto pra largar a caneta e ir pro aeroporto. Não sei quanto tempo irei conseguir resistir.
Essa carta não tem resposta. Estou um trapo. Confuso. Não sei o que posso te dizer, mas de antemão te digo que eu jurava  pensar que a vida poderia continuar. Será que pode?

Simony Thomazini       
                                                                                                              
                                       {Continua}

Obs: Pra quem não leu, continuação de: Uma carta.

6 comentários:

  1. Nossa. .fiquei pensando no que uma carta faz reviver... nao uma carta em si, obviamente, mas sim o que ela carrega escrito. E alguem que esta disposto a cruzar paises para um retorno é pq nao pensou direito na hora de partir. Coisa de gente afobada, eu diria. O texto, incrivel!

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  2. Ahh,que profundo e triste! :/
    mas está muito lindo *-*
    Sil,tem selinho pra ti no blog
    http://evidentesselinhosemimos.blogspot.com/2011/05/selo-especial.html
    Passa lá quando puder.
    Beijo

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  3. Muito liindo, embora triste.
    Passando para lhe desejar um bom final de semana querida!
    Beijos meus

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  4. Belo texto,
    esperando o proximo

    Visitem (sigam): antimateriadonada.blogspot.com

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  5. Chorei lendo o seu texto porque lembrei de um tempo em que vivia um amor aflito e escrevi tantas cartas, meus dasabafo, contudo nunca tenha enviei nada. Eu não sabia que isso era tão presente em mim.

    Sii, seus textos são maravilhosos, seu cantinho me faz falta !
    Bjs

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